Homenagem a Caruaru

Penso e te sinto no primeiro dia,
Cavalga o jovem, caminhada infinda…
Fé, ideal, a sua mente é fértil,
Sonha, arquiteta, uma Cidade linda!

Mugia o gado e ao cair da tarde,
Dourado sol a se esconder na Serra,
Vaqueiro altivo repensando a lida,
Firma a grandeza desta amada Terra.

Confia, espera na renhida luta,
Sozinho e forte, questiona a vida,
O barco assume, destemido acolhe,
Órfã, carente, sua irmã querida.

Cresce a Fazenda e um altar se ostenta,
Onde a Senhora Mãe de Deus é luz,
Aponta o cimo, lá distante o Monte,
Que se proclama de São Bom Jesus.

E ao pé do mesmo, cristalino e puro,
Corre tranquilo o Ipojuca amigo,
Que hoje saudoso, poluído chora,
Lembrando triste seu viver-antigo.

Querido Agreste, meu rincão bendito,
Quem te procura no labor, floresce,
E a ti se irmana, te venera e serve,
E se te deixa, nunca mais te esquece.

Um Centenário, mais anos profícuos,
De risos dores, de trabalho e glória,
Tudo se escreve nas sentidas rimas,
De tua vida e singular História.

Jornal Vanguarda
17/05/1991