Bodas de Prata Sacerdotais – Pe. Zacarias

Eterno sacerdote! Ó que missão sublime!
Perdoa todo mal. Toda culpa redime,
Em nome de Jesus. E em Seu Nome eu te exalto:
Sacerdote tu és! Teu poder vem do alto.
O Cristo t’outorgou num mistério profundo.
Um mistério sem fim… Não o entende o mundo.
E às vezes penso até que a própria humanidade,
Mal consegue alcançar toda a profundidade,
Desta missão de paz, de esperança, e de amor.
Sacerdote de Deus! Ministro do Senhor!

Tantos anos de luta! Ah, se eu cantar pudesse….
A renúncia sem fim, em prol da grande messe,
Do campo do Senhor… Sempre, sempre a buscar,
Na ânsia de conseguir as almas conquistar.
E o sacerdote vai e diz: – “Eu te batizo”.
Fazendo renascer pra um novo paraíso,
A alma que traz em si, o dilema fatal,
Consequência malsã da culpa original.

Novo homem surgiu do mais profundo abismo,
E a alma renasceu na graça do batismo.

Eu te saúdo, então, nesta Bodas de Prata!
Minh’alma se ajoelha e toda se arrebata,
Olhando a estrada imensa a tanto percorrida
Eterno viajor, na sua eterna lida.
Alma de sacerdote! Ó dom extraordinário!
Sempre que alguém se curva ante um confessionário,
Na amargura cruel das tormentas morais,
Vem de ti o suave conforto da paz.
É de ti que nos vem, na santa confissão,
Em nome de Jesus, o divino perdão.

Tantos anos de luta! Ó sublime combate!
Tremendo batalhar… Porém nada o abate.
Abater? Quem poderá o Ministro de Deus!
Se é grande o seu poder, todo lhe vem dos céus.
As lutas mais cruéis… Os espinhos sem conta…
Renúncias… (Que sei eu?) é de pé que as afronta
Bodas… Bodas de Prata… Ah, bodas de tortura…
Onde a pátria ficou? E as amadas criaturas?
Uma mãe muito boa… Uma irmã piedosa…
Na distância sem fim de uma terra extremosa.

Eu te saúdo padre! És u’alma de escol!
Alma que resistiu ao mais duro crisol,
Na luta que não finda e que não e esmorece,
Levando Deus no peito, e no lábio uma prece.
O Cristo e a oração… Dualismo infinito.
Tua pátria é o Céu… Já não és um proscrito.
Galgaste o alcantil do teu lindo Labor,
A messe… Ó como é vasta! E o campo é promissor.

Mais uma vez a minha alma se arrebata
Saudando-te feliz, nestas Bodas de Prata!

30/07/1956