Ressurreição

A brisa alvissareira acaricia
as colinas silenciosas de Jerusalém;
a tremeluzir, constelações no céu distante,
testemunham um fato singular…
Ind’agora, no cimo do Calvário, a cruz,
e sobre ela, morto, exangue, o corpo de Jesus…
Na solidão, na dor, na orfandade,
ainda uma esperança na cruel saudade…
Vozerio de mulher… há passos apressados…
Do Mestre aonde o corpo a ser embalsamado?!
Verdade, onde tua voz fiel, a proclamar,
Jesus que prometeu feliz ressuscitar?!
Quão fraca a nossa fé! Ali jaz sepultado,
Alguém que a si tomara o jugo do pecado…
Quem há de remover a pedra, quem há?!
O túmulo, vazio, deserto ali está!
Oh! guarda infiel, dormiu sem vigiar
o corpo de Jesus, onde o procurar?
Conturbada, atônita… roubaram-no por certo!
A busca fora dada, veloz ali por perto!
Súbito, reluz do céu visão divina, majestosa!
Então já se fez dia, a noite tenebrosa!…
De veste como a neve e voz enternecida:
é entre os mortos que buscais a vida?
O Anjo se explicou: “já não está aí,
ide, anunciai, Jesus ressuscitou!
E Cristo como a luz em plena transparência,
provara a divindade e sua onipotência.
Milagre irrefragável, e a prova desse amor,
é a vida restaurada em Cristo Redentor.
Eis vencedor da morte o nosso grande Rei,
Caminho, verdade e vida”, o Deus que acreditei.
já não se está sozinho” … cumpriu-se o prometer,
Jesus vivo conosco, pra nunca mais morrer!

Publicado no Jornal Vanguarda
03/04/1994